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Transformação Digital, ou as empresas iniciam o processo de transformação ou sucumbem

Essa semana revisitando a minha biblioteca, comecei a reler o livro A Terceira Onda de Alvin Toffler. Nesse livro, esse escritor futurista fala sobre uma revolução científico-tecnológica que sucederia a sociedade pós-industrial. Embora o livro tenha mais de 40 anos, é um livro bem atual, que exige uma reflexão constante do leitor. Não só o livro, mas as ideias e as frases de Toffler também exigem uma profunda reflexão, tais como: “Ou você tem uma estratégia própria ou então é parte da estratégia de alguém”, “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender” ou “Mudança é o processo no qual o futuro invade nossas vidas”. É por esse motivo que decidi escrever uma continuação do meu primeiro artigo sobre Transformação Digital. Nesse primeiro artigo abordei, de uma forma geral, como a tecnologia digital pode gerar uma vantagem competitiva e criar valor para a empresa. Mencionei que é fundamental a criação de um “tripé” que envolve as pessoas, os processos e a tecnologia, como condição sine qua non para obter êxito no processo de transformação. E frisei que é importante, principalmente para as pequenas e médias empresas iniciar esse processo, pois, caso não o façam, desaparecerão.

Creio que não cabe mais justificar a necessidade que as empresas têm em iniciar esse processo. O que acontece muitas vezes é que as pessoas boicotam o processo, as expectativas de resultados são irrealistas, o planejamento é malfeito ou o investimento inicial pode ser alto demais e acaba faltando recursos. Em qualquer um desses casos, diretores, acionistas e/ou o conselho de administração devem focar as ações em como transpor esses obstáculos iniciais e realinhar o processo de transformação.

A empresa Gartner mostra algumas iniciativas de otimização que podem proporcionar ganhos significativos a curto prazo e que podem alavancar o processo de transformação digital com menos riscos. Apresento a seguir um breve resumo do que está apresentado na página “Where and How to Target Your Digital Business Transformation

  • Melhoria nas receitas existentes: utilizando análise de dados e IA as empresas podem ajudar os “tomadores de decisão” na otimização de preços e na definição de promoções, objetivando maiores compras por parte dos clientes ou melhorando o atendimento aos clientes, criando um projeto de fidelização, proporcionando uma experiência memorável ao cliente (ver o meu último artigo sobre Customer Experience – CX).
  • Melhoria das margens operacionais: Projetos de automação em conjunto com a redefinição de processos podem melhorar a eficiência das empresas e das pessoas, proporcionando uma despesa menor e consequentemente a melhoria das margens. Esse tipo de iniciativa permite que empresas possam desempenhar mais serviços e tarefas sem o aumento da folha de pagamento.
  • Melhoria na utilização dos ativos: utilização de análise preditivas para construção de múltiplos cenários, de forma a encontrar novas oportunidades de ganho com o mesmo ativo existente. Nesse caso podemos gerar uma melhor sugestão de compras nas empresas ligadas ao varejo (como visto no meu último artigo sobre Gestão do Estoque) ou até mesmo a criação de turmas para serem oferecidas para alunos de universidades que utilizam o sistema de créditos (ensino presencial) com o objetivo de atender as demandas dos alunos e o número ótimo de turmas a serem oferecidas (com relação ao número de alunos matriculados em cada turma).

Ainda não existem muitos resultados que vinculem diretamente a transformação digital à melhoria de indicadores operacionais e desempenhos (The Value of Digital Transformation), porém o que é garantido é que não iniciar esse processo limitará a atuação das empresas, uma vez que continuarão a “fazer mais do mesmo”, perdendo cada vez mais oportunidades de diferenciais competitivos. O melhor caminho a adotar é fazer o planejamento estratégico e operacional detalhado de como se dará esse processo, levando em consideração os recursos financeiros, recursos humanos, infraestrutura, cronograma e perspectiva de ganhos. Sem levar todos esses pontos em consideração, é muito provável que esse processo entre na estatística da Mckinsey que aponta que 70% dos processos de transformação digital  falham.